A segunda-feira, 24, foi o dia de agenda mais fraca da semana e o dólar teve uma sessão de poucas oscilações e volume baixo de negócios. Na espera pelos eventos dos próximos dias, que começam a ganhar força nesta terça-feira, e após ter caído nos três últimos pregões, a moeda americana fechou em leve alta de 0,05%, a R$ 3,8272. No exterior, o dólar caiu ante a maioria das moedas emergentes e também perante divisas fortes, como o euro, mas o real não acompanhou este movimento.
Operadores de câmbio destacam que muitas expectativas positivas, principalmente sobre a reforma da Previdência, já foram incorporadas aos preços do dólar nos últimos dias e agora os agentes esperam a confirmação destas notícias para direcionar a moeda. No mês, a divisa americana acumula queda de 2,5% e, nos últimos 30 dias, a moeda americana recua quase 5%.
A comissão especial da Câmara dos Deputados retoma nesta terça-feira os trabalhos sobre a reforma e a expectativa é de votação na quinta-feira. O JPMorgan acredita na possibilidade de votação do texto no plenário da Câmara até meados de julho, ou seja, antes do recesso parlamentar. Com essa visão, o JP segue com posição ‘overweight’ (desempenho acima da média do mercado) no câmbio, um dos poucos mercados da América Latina com essa recomendação.
Os estrategistas em Frankfurt do Commerzbank destacam que o dólar pode testar nas próximas semanas níveis perto de R$ 3,70, após buscar nos últimos dias os menores patamares desde abril. Nesta segunda, na máxima do dia, o dólar foi a R$ 3,83, com alguns investidores tentando recompor posições, após as três quedas consecutivas. O movimento, porém, não se sustentou, e na mínima, caiu a R$ 3,80.
“A agenda da semana será agitada, com destaque para as reuniões do G-20”, destaca o sócio e estrategista da Tag Investimentos, Dan Kawa. No encontro, no Japão, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da China, Xi Jinping, terão uma reunião para falar da questão comercial entre os dois países. Além do G-20 e da retomada dos trabalhos da comissão especial, o mercado de câmbio terá na sexta-feira a definição do referencial Ptax de junho e a rolagem dos contratos de dólar futuro para agosto.
Para a reunião de Trump e Xi Jinping no G-20, a diretora de moedas em Nova York da BK Asset Management, Kathy Lien, avalia que caso os dois líderes se aproximem de um acordo, o dólar pode perder força na economia mundial. Já se o encontro for cancelado ou sofrer atrasos, pode haver um movimento de fuga para o risco, afetando negativamente as moedas de emergentes.