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Como o voluntariado pode desenvolver competências necessárias ao mercado de trabalho

Além do poder de transformação individual, um novo ganho tem sido observado pelas empresas que apoiam e incentivam essas atividades em seu ambiente corporativo

Ganha força nas empresas uma ferramenta de desenvolvimento que independe de sua área de atuação, da formação de sua equipe ou de seu interesse comercial: o voluntariado corporativo. Com o objetivo de contribuir com a sociedade, funcionários doam parte de seu tempo, recursos e mão de obra para transformar espaços, e trazem os aprendizados da ação de volta aos escritórios. Segundo estudo realizado pelo Bank of America Merrill Lynch (BofA) e pela consultoria Santo Caos com 828 trabalhadores de 80 companhias brasileiras, colaboradores que participam desse tipo de ação têm índice de engajamento 16% maior do que os que não participam.

Além do reconhecido poder de transformação individual para quem pratica o voluntariado, um novo ganho tem sido observado pelas empresas que apoiam e incentivam essas atividades em seu ambiente corporativo. Ações de desenvolvimento social têm sido consideradas ferramentas muito eficazes para promover a integração entre as equipes e auxiliar no despertar de novas habilidades e competências que são necessárias ao mercado de trabalho, oferecendo um ganho duplo para quem se envolve com o trabalho voluntário.

O fator prático das ações favorece o exercício de competências cada dia mais valorizadas pelo mercado: a responsabilização e a tomada de decisões são exemplos disso. Além disso, outra contribuição efetiva para desenvolvimento interno das empresas acontece pela quebra de hierarquia promovida pelas ações. Durante o voluntariado, gestores e funcionários atuam lado a lado, muitas vezes com inversão de papéis, o que aproxima e permite uma nova visão sobre a pessoa que normalmente está do outro lado da mesa.

O fortalecimento dessas habilidades tem também um aliado neuronal: o formato ‘mão na massa’ das ações de voluntariado atrelado à sensação positiva de contribuir por uma causa pode desencadear o aumento da produção de serotonina nos voluntários. O hormônio, responsável pelo bom humor e pela sensação de bem-estar, representa um fator decisivo para solidificar as mudanças no comportamento. Segundo dados do BofA, 21% dos participantes de ações sociais se dizem mais motivados quando voltam para as companhias.

Assim, todos esses fatores contribuem para que as competências desenvolvidas e a qualidade das relações firmadas durante as ações de voluntariado perdurem e sejam trazidas para o ambiente corporativo, contribuindo com o dia a dia das organizações. Portanto, além de realizar o seu objetivo principal, que é o de transformar para melhor a realidade de pessoas e comunidades, o voluntariado corporativo ainda garante benefícios para as empresas, que passam a contar com pessoas mais engajadas e integradas em suas equipes.

Ainda existem desafios para a promoção de ações de voluntariado corporativo. Estimular o engajamento entre os funcionários e viabilizar os custos ainda são algumas questões enfrentadas pelas companhias que começam a desenvolver essas ações com suas equipes. No entanto, o aumento na busca por esse tipo de ação já presenta uma mudança no mindset de empresas e colaboradores, que enxergam no voluntariado um ganho tanto para os outros, como para as pessoas que participam da ação.

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