Poucas empresas estão prontas para formar e operar organizações globais, apesar de suas ambições. A globalização pode estar entre seus objetivos, pode até ser o pilar de sua estratégia, mas apenas uma pequena fração das empresas possuem as capacidades de execução necessárias para dar vida à suas estratégias.
Segundo a recente Pesquisa de Preparo Global com 362 executivos, apenas 10% das companhias pensam ter todas as capacidades exigidas para vencer internacionalmente, com a maioria mal atendendo às exigências básicas. Médias empresas são particularmente vulneráveis quando o tentam, pois são menos ágeis do que seus concorrentes menores, e não possuem a escala e os sistemas de companhias maiores. A visão mais ampla é clara: uma estratégia inteligente não é o suficiente. Ter sucesso na globalização também implica em executar melhor do que outras empresas.
Há três áreas específicas nas quais as companhias enfrentam dificuldades ao se expandir para outros países. A primeira diz respeito a fortalecer a entrada no mercado, logística, e outras atividades relacionadas a cadeias de valor. A segunda trate-se de um problema de metas interorganizacional. As companhias têm dificuldade em alinhar as melhores práticas para apoiar a agenda global. Uma pesquisa mostrou que aqueles trabalhando na matriz tendem a ter uma visão muito mais otimista sobre globalização do que os executivos trabalhando em campo. E, finalmente, a terceira área, e onde as companhias geralmente fracassam, diz respeito a fusões e aquisições, uma tarefa que já é bem difícil estando em apenas um país.
O gap entre estratégia e execução
No passado, a maioria dos executivos via a globalização como um desafio estratégico: a expansão geográfica é uma prioridade da liderança? Estamos buscando o mercado certo? Adaptamos nosso portfólio de produtos apropriadamente?
Porém, atualmente os executivos estão mais confortáveis com suas estratégias do que no passado. Em vez disso, suas preocupações mudaram para um foco nas habilidades de suas empresas em realmente fazer as coisas acontecerem internacionalmente.
Por exemplo, estabelecer uma cadeia de fornecimento global ou uma abordagem local adaptada ao mercado são áreas em que as capacidades corporativas estão ficando aquém do necessário. Além disso, gestores do alto escalão são mais eficientes em falar sobre como as atividades globais são uma prioridade do que em realmente apoiá-las. Isso por si só explica porque as capacidades de negócios das empresas não estão à altura; a cadeia de fornecimento e as melhorias no mercado são investimentos caros.
O fraco desempenho das firmas no mercado de entrada sugere que é necessário um investimento maior no desenvolvimento de talentos locais. Embora executivos relatem que suas empresas são comparativamente boas em buscar talento local onde ele está disponível, a qualidade e tipo de talento precisam ser avaliados. Os desafios incluem a necessidade de líderes sêniores locais que tenham forte expertise da indústria e que saibam como alcançar uma mudança duradoura no país.
Alcançar o alinhamento entre a parte organizacional e de execução é igualmente importante, para que o trabalho feito por esses líderes locais mova a companhia na direção certa.
Empresas precisam redesenhar as relações de subordinação entre as regiões para poder atingir esse objetivo. A matriz precisa apoiar a agenda global, fornecer alavancagem, explorar a escala global e impor forte governança. Ao mesmo tempo, ela precisa deixar espaço para adaptação, velocidade e autoridade nos mercados locais. Finalmente, as empresas devem apoiar ativamente o estabelecimento de redes globais dentro da organização e uma mentalidade aberta à globalização.
O que é necessário para vencer
A globalização não é uma atividade simples. As companhias que querem fazê-lo de forma certa precisam agir a partir de muitos ângulos. Elas precisam embarcar na transformação que combina a estratégia certa com a melhor execução, e que leva a duas coisas:
O nível das exigências para a globalização de sucesso está subindo. Não é suficiente que ela seja apenas uma prioridade. Líderes do alto escalão precisam assegurar que suas empresas adotem a globalização como uma proposta de vida ou morte. Para muitas companhias, as apostas são realmente altas.