Um dos setores mais afetados pela insegurança econômica que assombra o cenário do mercado nacional é a indústria. Puxado pela falta de perspectiva de crescimento interno, ele se vê na necessidade de realizar, em curto período de tempo, complexos planejamentos visando à sua manutenção no mercado.
Recentemente, um estudo encomendado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) revelou o direcionamento dos investimentos a serem realizados pelas empresas paranaenses. Destinam-se para a ‘melhoria de processo’ (31,54%); ao ‘desenvolvimento de produtos’ (28,19%); para a ‘produtividade’ (27,18%); ‘modernização tecnológica’ (26,51%); ‘qualidade’ (23,49%); ‘aumento da capacidade produtiva’ (20,13%); ‘propaganda e marketing’ (10,40%); ‘racionalização administrativa’ (9,40%); ‘Recursos Humanos’ (9,06%); ‘pesquisa de novas tecnologias’ (7,38%); ‘comércio eletrônico’ (7,05%); e ‘outras’ (2,68%).
O mesmo levantamento mostrou que a fonte dos recursos financeiros utilizados para fins de investimento deverá será dos próprios empresários. E revelou, como fator surpreendente, que para as micro e pequenas indústrias, o setor de maior investimento será o de satisfação do cliente, preterido por quase 51% dos industriais indagados na ocasião.
Essa preocupação com o ‘dever de casa’ não é sem razão. A árdua tarefa de fidelizar clientes é, sem dúvidas, uma saída que não pode ser colocada de lado em tempos de previsões econômicas não favoráveis.
Como registro, vale ainda ressaltar que a pesquisa da FIEP apontou que tanto para os microempreendedores como para as grandes indústrias do Estado do Paraná, a alta carga tributária segue como a maior vilã, responsável pela falta de competitividade no mercado interno.
Todo o cenário trazido pelo levantamento reforça que, para enfrentar um ano de previsões catastróficas, é necessária a dedicação dos empresários em planejamento, tanto tributário quanto de investimentos em pontos vitais do próprio negócio.
Fatores como competitividade, produtividade e capacitação, infraestrutura, tecnologia e inovação, investimentos e planejamento tributário se entrelaçam em uma constante incógnita para o empresário que se vê na necessidade de investimentos e planejamentos em todas estas variáveis sem, no entanto, possuir as condições necessárias para investir em todas elas.
Um planejamento tributário completo e que abarque as expectativas do empresário, por exemplo, fica, por muitas vezes, inviável quando a empresa já sucumbiu ao fisco.
Diante deste impasse, o que fazer? Como verificar o ponto mais afetado no próprio negócio e dosar a quantia exata de investimentos destinados àquela causa?
A resposta é complexa e demanda estudo e planejamento. O momento ideal para procurar capacitação e até mesmo um serviço de consultoria personalizada ao negócio para ajudar nessa tarefa é, justamente, quando ainda há perspectivas. Esse estudo deve acontecer antes da fase de qualquer direcionamento de investimento. Ele definirá a real necessidade de aporte, bem como, quanto precisa e pode ser despendido.
Tempos de crise exigem medidas estratégicas e não despesas ao esmo. A ordem é conter gastos e direcionar de forma dosada os investimentos. Despesas sem embasamento técnico e de maneira mal direcionada podem acabar comprometendo toda a saúde mercantil do negócio. Cautela e o ditado ‘pisar em ovos’, afinal, nunca são medidas excessivas nesse momento de direcionamento de gastos.