Em meio à queda de renda e do emprego, a inflação desacelerou pela primeira vez no ano. Mesmo assim, a taxa em 12 meses continua próxima de 10%.
Foi um certo alívio no bolso do consumidor. A inflação desacelerou de 0,62% para 0,22% em agosto. Os alimentos foram os que mais contribuíram para a queda. Os preços baixaram pela primeira vez, desde agosto do ano passado, principalmente a batata inglesa, o tomate e a cebola.
A energia elétrica, que subia desde março de 2014 também diminuiu um pouco. "Com a redução dos impostos em algumas regiões, a energia apresentou sinal negativo e trouxe o item para baixo", aponta Eulina Nunes, coordenadora do IPCA/IBGE.
Outro item que chamou muita a atenção é a passagem aérea: ficou quase 25% mais barata. Mas o custo de vida ainda está alto. Em 12 meses o IPCA acumulado está acima de 9,5%, a taxa é um pouco menor do que no mês passado.
O economista entrevistado pelo Jornal da Globo afirma que a inflação está relacionada também com o Risco Brasil, que piorou porque a nota de investimento do país foi rebaixada. Isso quer dizer que o dólar vai ficar mais caro e puxar o preço dos produtos importados. O resultado pode ser uma inflação mais forte em 2015.
"É possivel que, levando em conta os desdobramentos mais recentes, a inflação possa chegar a dois digitos neste ano possa chegar de fato a 10%", explica o economista José Julio Senna, economista do IBRE/FGV.