O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve inalterada, em 14,25%, a Selic, taxa que serve de referência para os juros cobrados de pessoas físicas e empresas no Brasil. O índice é o maior desde outubro de 2006. A decisão foi unânime e sem viés de alta ou baixa.
"O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016", informou o banco, em nota divulgada nesta quarta-feira (2).
A Selic é usada pelo BC para controlar a inflação, que neste ano deve atingir 9,28%, acima do dobro da meta de 4,5% estabelecida pelo governo. Tal patamar só será atingido em 2016, segundo o banco.
Ao elevar o juros, o BC torna o crédito mais caro, o que reduz o consumo e, com isso, a pressão sobre os preços.
A elevação da Selic, por outro lado, contribui para a desaceleração da economia brasileira. E, na semana passada, o IBGE divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 2,1% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, e que o desemprego subiu para 8,3% no segundo trimestre de 2015 ante os 6,8% de 2014.
Após a última reunião, realizada em julho, o Copom havia indicado que poderia não elevar novamente a Selic. Na ata, o comitê informava que "o cenário de convergência de da inflação para 4,5% no final de 2016 tem se fortalecido".
Analistas de mercado ouvidos pelo BC antes da última reunião do Copom disseram esperar que a Selic termine 2015 em 14,25%, e recue para 12% no fim de 2016.